Romário
Um dos deputados federais mais combativos,
fala sobre a roubalheira na cbf, conta que quer ser prefeito do Rio de
Janeiro, explica por que não há mais jogadores polêmicos e revela: já
transou no vestiário do estádio em Brasília.
Como você decidiu que iria ser político?
Na verdade, só quando acabou a eleição é
que caiu a ficha. Pensei: "Vou ser político, fui eleito, quase 160 mil
pessoas acreditaram nas coisas que eu falei, e agora eu tenho que
cumprir isso". Como a política é o segmento da sociedade mais corrupto
que existe no mundo todo, e no Brasil isso não seria diferente, passou
pela minha cabeça que essa decisão poderia me fazer perder um pouco da
idolatria que tinha conseguido com o futebol. Hoje, três anos depois,
posso te assegurar que eu sou muito mais ídolo do que antes, tanto pelas
conquistas como jogador, como pela política combativa que estou
fazendo. É o que o povo esperava daquele Romário, que sempre disse o que
tinha vontade.
Qual sua expectativa para a CPI da CBF?
Eu espero que ela seja realmente aberta, né? Oficialmente, depois de alguns pedidos para o presidente da Casa (Henrique Eduardo Alves, do PMDB-RN),
ele me respondeu que no momento há outras CPIs em andamento e que a
abertura da minha ainda não seria possível. Eu agradeci, mas disse que
estou na fila e que vou ficar perturbando ele toda semana até o final do
mandato, porque acredito que é com essa CPI que vamos conseguir
moralizar o futebol. Tudo o que foi feito de errado nas administrações
anteriores virá à tona, além de todos os erros da atual administração, e
o povo vai conhecer finalmente o que acontece hoje na maior instituição
do futebol brasileiro, infelizmente, a mais corrupta.
O que o Ricardo Teixeira e o José Maria Marin...
(Interrompe) Têm em comum? Eles
são dois ladrões e tinham que ser presos. O que o Ricardo Teixeira
representou para o seu mandato, no começo, é 100% diferente do que ele
fez nos últimos anos. Ele é um cara que fez com que o futebol brasileiro
fosse visto por todo o mundo como um futebol corrupto, um futebol cujos
dirigentes, no caso da CBF, se enriqueceram ilicitamente. E,
infelizmente, esse cara hoje (José Maria Marin, atual presidente da Confederação)
consegue fazer tudo muito pior que o Ricardo Teixeira, porque o Ricardo
pelo menos começou bem. Eu até achei que o Marin ia começar bem. Ele
esteve aqui, chorou, me abraçou, pediu ajuda e eu me coloquei à
disposição, mas um mês depois eu vi que o objetivo era o mesmo:
enriquecer, ele e o Marco Polo del Nero (presidente da Federação Paulista de Futebol e vicepresidente da CBF). São pessoas que fazem muito mal ao futebol. Como você decidiu que iria ser político?
Na verdade, só quando acabou a eleição é
que caiu a ficha. Pensei: "Vou ser político, fui eleito, quase 160 mil
pessoas acreditaram nas coisas que eu falei, e agora eu tenho que
cumprir isso". Como a política é o segmento da sociedade mais corrupto
que existe no mundo todo, e no Brasil isso não seria diferente, passou
pela minha cabeça que essa decisão poderia me fazer perder um pouco da
idolatria que tinha conseguido com o futebol. Hoje, três anos depois,
posso te assegurar que eu sou muito mais ídolo do que antes, tanto pelas
conquistas como jogador, como pela política combativa que estou
fazendo. É o que o povo esperava daquele Romário, que sempre disse o que
tinha vontade.
Qual sua expectativa para a CPI da CBF?
Eu espero que ela seja realmente aberta, né? Oficialmente, depois de alguns pedidos para o presidente da Casa (Henrique Eduardo Alves, do PMDB-RN),
ele me respondeu que no momento há outras CPIs em andamento e que a
abertura da minha ainda não seria possível. Eu agradeci, mas disse que
estou na fila e que vou ficar perturbando ele toda semana até o final do
mandato, porque acredito que é com essa CPI que vamos conseguir
moralizar o futebol. Tudo o que foi feito de errado nas administrações
anteriores virá à tona, além de todos os erros da atual administração, e
o povo vai conhecer finalmente o que acontece hoje na maior instituição
do futebol brasileiro, infelizmente, a mais corrupta.

O Pelé falou pra população esquecer os protestos e voltar a apoiar a seleção...
O Pelé foi muito infeliz nisso, né? Muitas manifestações contrárias a essa posição dele foram feitas. Eu concordo com todas. Você acha que a seleção finalmente entrou nos trilhos?
Depois do título da Copa das
Confederações, na minha opinião, a seleção se credenciou pra ser um dos
prováveis campeões da Copa do Mundo. Se você me perguntasse isso antes,
eu diria que não. Hoje, Brasil, Espanha, Alemanha e Argentina são os
favoritos.
Um jogador de destaque, como você foi, pode ter privilégio sobre os outros?
Deve! Principalmente no que se refere a
salário. O Neymar, por exemplo, tem que ter esse privilégio de ganhar
mais. É claro que o futebol agora é muito profissional, então não pode
afetar o relacionamento com o grupo. É diferente da minha época. Às
vezes eu treinava menos que os outros, eu não estava sempre na
concentração como todo mundo e de vez em quando eu não viajava no mesmo
dia do restante do clube, mas acho que esse tipo de privilégio, hoje, eu
falo hoje, não cabe mais no futebol. Eu tinha privilégios, mas os caras
confiavam em mim. No Flamengo, teve uma época em que o meu apelido era
"dinheiro", porque eles sabiam que meu gol ia dar a eles o bicho, o
prêmio. A condição era: "Faz o que tu quer, mas quando chegar a bola tu
bota pra dentro", e era o que eu fazia.
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